A Poesia do olhar
Assim se referiu a ele a autora desse livro.
Seu primeiro nome lembra o amor.
Disse a autora: “Nenhum outro pintor dos tempos modernos foi objeto de tantas l, romances, poesias, lendas, peças de teatro, filmes e críticas de arte”.
Inicialmente me refiro ao seu olhar. Sua foto aparece na contra capa e em algumas poucas.
Demorei muito para adquirir esse livro. De início, lendo e olhando a sua figura introspectiva, lindo demais. Como os grandes artistas de sua época, uma vida marcada por doenças, desde criança e a que finalmente o levou (a tuberculose).
Como não se apaixonar por ele?
Seus primeiros modelos foram de lindas mulheres nuas. Os seus famosos nus.
Retratando-as, teve com elas muitos amores.
Até encontrar seu grande e definitivo amor (Jeanne Hebuterne), viveu na boemia de Paris, viciado em álcool, haxixe, amor, pintura e poesia. Conviveu com os importantes artistas de sua época.
A visão que Modigliani tinha das pessoas
Representavam seus sentimentos e suas “máscaras” interiores e exteriores.
A forma como ele retrata deus nus, é diferenciado e característico de sua pintura.
Todos os pescoços são alongados… “o elegante afilamento e distorção dos corpos, e a forma amendoada que dá aos olhos. Muitas vezes colocados assimetricamente”.
Particularmente vejo melancolia e tristeza nesses olhos, assim como vejo os dele, escuros, profundos e apaixonados.
Sua primeira exposição.
Numa galeria em uma da ruas da arcaica e retrógada Paris.
Causou escândalo e perplexidade ( nos falsos pudicos). Uma de suas telas, colocada na vitrine, atraiu muitos curiosos. Isso despertou a visita da polícia e o término da exposição.
Um amigo teria comentado… ”Qual problema dos corpos nus?… com pelos nos púbis?…
Sempre o falso pudor. Isso não muda, nem com o passar dos tempos.
Os últimos dias de sua vida.
Teve a constante presença do grande amor de sua vida.
Os dois enfrentaram a oposição dos pais. Isso os levou a uma vida de miséria. Agravados pelos problemas de saúde de Modigliani. Vivia contando com a ajuda dos amigos.
Fez 25 retratos de Jeanne.
Agora sempre vestida e com crescente uso da cor. Resultado da maneira como ele a via. “Tímida, gentil, calma e delicada. Extremamente bela.
Teve com ela uma filha.
O final da vida deles foi muito trágico.
Ele morre, com sintomas da doença e da vida regressa. Ela, grávida do segundo filho, não suporta essa perda.
Relembrando de algo superstioso que sua avó teria dito, afasta-se de costas quando alguém morrer. Assim ela fez.
Estava no segundo andar e foi caminhando até cair da sacada e morrer na calçada.
Vida e amores de um esplêndido pintor.
Elda Cecília Bolfarini Jabur é professora de História, dedica-se a fazer óleos sobre tela, é estudante Rosacruz e Martinista, e colaboradora voluntária de O Diário do Vale.