A organização de pesquisa e educação ambiental ‘Pro Azul’, sediada em Cândido Mota desde 2013, iniciou junto a mais duas organizações da cidade de Assis, o trabalho de levantamento de fauna e mapeamento de estudos e análises nos corredores silvestres em toda a comarca de Cândido Mota.
A iniciativa tem um caráter pioneiro no município e na região, já que está produzindo o trabalho em imagens e vídeos com câmeras Trapp (estacionárias) e utilizando equipamentos de georreferenciamento via satélite, sobre o comportamento e a densidade populacional da vida selvagem nos limites do município. Por outro lado, o levantamento inicia uma avaliação dos corredores silvestres; espaços por onde os animais transitam e realizam o comportamento nômade de suas vidas.
“Com extremo cuidado e zelo quanto a isto, a Pró Azul já constatou uma extrema ameaça à vida animal nestes locais específicos, pois muitos destes corredores fazem margens às rodovias e vicinais. Estradas da região onde muitas vezes pavimentadas, ou não, o trânsito ocorre em grande densidade de veículos e altas velocidades, onde animais silvestres e também domésticos (como cães) são vítimas constantes de atropelamentos e morte”, relatou o pesquisador, ambientalista e Tecnólogo graduado em P&G, Haroldo Cesar Fernandes.
Foi flagrado há algum tempo, por exemplo, a morte de uma família inteira de Capivaras, sendo uma mãe e três filhotes de cerca de três meses de idade, em área limítrofe entre Assis e Cândido Mota. Na última segunda-feira, dia 20, foi encontrado um Tamanduá Mirin atropelado e morto às margens da rodovia Francisco Gabriel da Mota, em Cândido Mota.
“A destruição total ou parcial dos corredores silvestres faz com que os animais procurem abrigo e proteção de um para outro corredor alternadamente, expondo-se assim, nas pistas de rolamento onde ocorrem grande parte dos acidentes”, ressalta Haroldo.
Segundo o pesquisador, podas drásticas e erradicação de árvores nestes locais, são algumas das principais causas da mortandade e tem sido acompanhada nos últimos meses com extrema preocupação pelo grupo, assim como fragmentação e supressões de talhões de APPs (Áreas de Preservação Permanentes) em áreas de produção rural e condomínios rurais nas áreas de margens de rios e lago.
“Neste cenário, tudo está sendo registrado em fotos, vídeos e apresentações sintéticas, e após uma imersão de pesquisas e estudos com poder de relevância de atenuar problemas e apresentar soluções, a equipe estará entrando em contato com empresas responsáveis pelos locais, Poder Público Executivo e Legislativo municipal, autoridades do setor ambiental (Polícia Ambiental, Ibama, Coordenaria do Poder Público Judiciário, entre outros). Como uma forma de equilibrar esforços nas áreas correlatas na busca de compromisso e efetividade nas ações estratégicas neste trabalho”, destacou Haroldo.
Ainda segundo o tecnólogo, ‘a população de aves tem apresentado uma grande variedade de espécies, sendo ainda necessária catalogação de indivíduos’. “Já quanto à população de mamíferos, répteis e outros animais, haverá a necessidade de demanda de tempo para registro de exemplares, pois em decorrência da comarca de Cândido Mota ser a maior da região envolvida na pesquisa, a logística torna-se maior, e consequentemente, necessitará de maior tempo e custos. Esta é a região que a ‘Pró Azul’ ficou com o compromisso de avaliar e apresentar junto à equipe geral os resultados conquistados”, disse.
A iniciativa é de total responsabilidade e gestão dos membros da equipe. A missão deste projeto é estritamente de cunho ambiental no qual posteriormente parte do acervo poderá ser compartilhado com demais interessados no assunto.
“A proposta tem por objetivo único e exclusivo, a proteção de nossa fauna e equilíbrio ambiental, e conta com o apoio de legislações e normativas legais da jurisprudência ambiental da esfera Federal, Estadual e também Municipal”, finalizou Haroldo.

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