A plataforma de conhecimento e relacionamento Walking Together, presente na região de Cândido Mota desde 2018, está entre os indicados para concorrer à edição 2021 do Prêmio Nobel da Paz, que acontece em Oslo, na Noruega e é um dos mais prestigiados do mundo.
O movimento, que começou em 2010 na cidade paulista de Catanduva, a princípio queria reunir um grupo de amigos e “amigos dos amigos” para criar uma rede de pessoas do bem para discutir sobre criatividade, inovação e trocar conhecimento.
De acordo com Fabio Fernandes, fundador da Walking Together, o projeto nasceu para conectar empreendedores e deu muito certo desde o início. Várias cidades passaram a integrar e replicar o modelo e muito rapidamente percebemos a força desta união. “Começamos então a pensar no potencial das soluções coletivas, como por exemplo, descobrir e desenvolver as vocações das cidades participantes, tornando-as mais atraentes e ampliando as oportunidades, tanto para reter os talentos locais, quanto para atrair investimentos e talentos de grandes centros”, explica Fernandes.
“É preciso criar oportunidades nas cidades menores que, muitas vezes, vivem à sombra dos grandes centros. Ao iluminar estes novos núcleos, atraindo talentos e ofertando qualidade de oportunidades e de vida, estamos humildemente promovendo um movimento contributivo para pacificação das megacidades e para o combate ao possível caos urbano, previsto para 2030 no estudo apresentado ao exército americano alertando sobre os perigos da superpopulação”, afirma.
Na região
Em 2018 o projeto chegou à região. “Conheci o Walking Together em 2015, mas somente em 2018 foi possível trazer o Day One, a primeira edição para a cidade. Após esse marco, realizamos diversos eventos em municípios da região, o que permitiu a concretização de parcerias, projetos e negócios entre os ‘walkers’. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer outras propostas que estavam acontecendo na região e que não tinham acesso e nem informação sobre elas”, afirma o advogado Marcelo Arruda, “piloto” do Walking Together em Assis.
Para ele, a indicação ao Nobel tem muito a ver com a possibilidade que a plataforma traz para as localidades. “O projeto abre possibilidades para pequenas e médias cidades. E as iniciativas vão desde eventos para estimular o apoio às instituições de caridade locais, até estudos de viabilidade para atrair hubs de inovação no interior”, comenta Arruda.
A lógica do Walking Together é simples: diminuindo a superpopulação nos grandes centros, há menos violência, desemprego, fome e miséria. “Nosso papel é iluminar as pequenas cidades, tornando-as mais atraentes desenvolvendo suas vocações, gerando oportunidades, qualidade de vida e paz. As cidades do interior passarão a ser uma importante alternativa para o futuro do planeta e para a felicidade das pessoas”, completa Fernandes.
Até 2022 o projeto, que já tem sua própria rede social “presencial”, deve lançar em breve sua versão digital e uma plataforma de streaming para conhecimento compartilhado, e com estratégia de expansão espera estar em 400 cidades brasileiras conectando 40 mil “walkers”.
INDICAÇÃO AO PRÊMIO NOBEL DA PAZ
Atualmente, mais de 70 municípios já se conectaram ao Walking Together, alcançando cerca de 7 mil empreendedores. Um grupo de professores conhecedores do projeto e de seu impacto fizeram o processo de indicação formal para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz deste ano.
As indicações ao Prêmio Nobel da Paz deste ano ocorreram até o final de janeiro. Entre fevereiro e março, o comitê norueguês realiza uma pré-seleção dos indicados que são escolhidos no final do ano. O resultado é divulgado tradicionalmente em dezembro.