Segundo o documento 43 da CNBB, 70% das nossas Igrejas, infelizmente, ficam sem a celebração da Ceia Eucarística (Missa) em virtude da escassez da formação de novos vocacionados sacerdotes.
Uma das soluções para este problema é a Celebração da Palavra presidida por um leigo ou leiga, no lugar da Missa, nos lugares onde não é possível a presença do sacerdote ordenado; para a celebração da Missa, o sacerdote age “in persona Christi” e atualiza a Última Ceia e Sacrifício da Cruz e no ápice da oração Eucarística, com as palavras solenes de Jesus Cristo na Última Ceia, ao tomar o pão e vinho e dar graças, acontece a transubstanciação, ou seja, transforma a substância do pão e do vinho, no corpo e sangue de Jesus Cristo, onde temos a presença real de Jesus Cristo.
No Batismo, o cristão leigo, é chamado a ser sacerdote, profeta e rei, porque no batismo o cristão é revestido e incorporado a Cristo, se torna membro de Cristo, que é a cabeça da nossa Igreja, o batismo nos abre várias portas para a nossa participação na vida da Igreja .
Na celebração da Palavra, não temos a oração Eucarística, porque não temos a consagração, sendo assim, não tem o ofertório e sim uma coleta fraterna, onde se agradece a Deus por suas maravilhas e exercita-se um gesto de partilha para Igreja e para a toda comunidade.
Também não tem a homilia que é própria do Sacerdote ou do diácono, mas o Ministro da Palavra faz uma reflexão da Palavra.
Após a coleta fraterna, são trazidas até o Altar as hóstias já anteriormente consagradas na última Missa, onde o Ministro da Palavra poderá fazer uma Ação de Graças.
A oração após a Comunhão em regra também não é realizada, porque não houve a consagração, não foram oferecidas as oferendas no Altar para o sacrifício.
Na celebração da Palavra de Deus é meditada a Sagrada Escritura, que é a maior fonte para a evangelização e o objetivo principal do Ministro da Palavra, o qual foi designado pelo pároco e abençoado e delegado (nomeado) pelo bispo, é contagiar a comunidade, a assembleia a vivenciar a Palavra de Deus, sendo assim contemplando as maravilhas de Deus em nossas vidas.
O Ministro da Palavra é um enviado por Jesus Cristo, como Ele mesmo disse aos seus discípulos na Última Ceia e nos diz hoje: “Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
Quando é celebrada a Palavra, deve-se exortar, encorajar toda a assembleia, a exemplo do apóstolo Paulo que frisava sempre: “Cristo fala em mim”.
Segundo o nosso doutor, filósofo e Santo Agostinho, a Palavra de Deus “é uma espada que abate os inimigos”, um pão que nutre, sem nunca faltar”.
Na celebração da Palavra, deve-se ter em mente, que é Deus quem nos convoca e reúne, o povo de Deus atende e constitui em assembleia, Deus dirige a Palavra através dos lábios do Ministro, os fiéis devem escutar, refletir, e responder professando a fé, a assembleia agradece a Deus por suas maravilhas, o próprio Deus abençoa e nos envia em Missão.
A assembleia reunida faz parte do Corpo de Cristo, que é a cabeça da nossa Igreja.
A assembleia tem um papel relevante na Liturgia da Palavra, na primeira leitura Deus nos fala e a assembleia responde com o Salmo, na segunda leitura, Deus nos fala e a assembleia responde com o Aleluia, no Evangelho e na reflexão Jesus nos fala e a assembleia responde com a profissão de fé (Credo) e com a oração da assembleia.
O Papa Francisco encoraja os Ministros da Palavra, dizendo na Encíclica “Evangelii Gaudium” (Alegria do Evangelho): “temos que sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”.
- Romildo e Andréa Carvalho, agentes de Pastoral da Paróquia Nossa Senhora das Dores de Cândido Mota/SP e colaboradores deste jornal.