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Insuperável Pelé

Artigo de José Reynaldo Bastos da Silva.

Sou torcedor do Santos FC desde 08 de outubro de 1966. Mas porque tamanha precisão? Foi marcante para mim a partida do Campeonato Paulista que ouvia naquele sábado à noite pelo Rádio Bandeirantes, pela voz do inesquecível Fiori Gigliotti: “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”. O Santos escalado pelo técnico Lula com: Laércio; Carlos Alberto Torres, Oberdan, Haroldo, Lima, Zito, Mengálvio, Toninho, Coutinho, Pelé e Edu. O Corinthians escalado por Filpo Nuñes, com Marcial; Jair Marinho, Galhardo, Clóvis, Édson Cegonha, Dino Sani, Nair, Garrincha, Flávio, Rivellino e Marcos. Por um placar de 3 x 0, um hat-trick de Coutinho fazendo dupla consagrada pelas jogadas em tabelinha com Pelé, o Rei se destacava mais um vez contra o Corinthians, impondo-lhe um tabu de 11 anos sem perder. Até então, ainda estudava um time de futebol para torcer. Meu pai João e meu irmão Renato eram fanáticos sampaulinos e tentavam me puxar para o lado deles. Mas foi naquela noite inesquecível, quando ainda com 9 anos, decidi ser santista para sempre. Sim, naturalmente influenciado pelo futebol mágico de Pelé.
Passados alguns anos, já em 1974, tive a única oportunidade de ver Pelé jogar “ao vivo”, presencialmente. Foi em 29 de setembro, pelo Campeonato Paulista. Quem me levou naquela tarde de domingo: o meu querido irmão sampaulino Renato. Estávamos em São Paulo vendendo farinha de mandioca de meu pai, hospedados na Pensão do Alfeu Vieira, no Paraíso. E aí aproveitamos a oportunidade. Era o jogo da despedida do Rei em um clássico Santos x Corinthians. Mais de 70.000 torcedores se acotovelavam no Pacaembu. Tinha gente até no teto do estádio. Lá fora, bem perto dali, o Hospital Emílio Ribas fervilhava de pacientes com meningite, terrível surto daqueles tempos. Meu pai e minha mãe ficaram muito bravos conosco. Mas fomos assim mesmo. Eu queria ver o Pelé jogar e, com muita dificuldade, grudado no alambrado, em pé, consegui aquela glória. Quase no final do primeiro tempo do jogo, o Rei esticou as pernas e quase alcançou um passe na cara do gol. Saiu contundido com estiramento muscular. Deu a volta olímpica e deixou o gramado do histórico Pacaembu. Antes um pouco, o goleiro argentino Cejas defendeu um pênalti batido por Adãozinho. Muitas emoções. Porém, no segundo tempo, o também astro Rivellino fez o único gol do jogo. O que me marcou profundamente foi ver a torcida “Gaviões da Fiel” e a torcedora símbolo do Corinthians (Elisa) fazendo homenagens ao Rei que encerrava a sua carreira contra seu time, mas com o devido respeito de um autêntico “fair-play”. Consegui também ver o Santos completo escalado por Tim com: Cejas; Wilson, Marinho, Oberdã, Zé Carlos, Léo Oliveira, Brecha, Cláudio Adão, Adílson (Ferreira), Pelé (Mazinho) e Edu. E o Corinthians escalado por Sylvio Pirillo com: Ado; Zé Maria, Baldochi, Brito, Wladimir, Tião Corinthians, Adãozinho, Vaguinho, Lance (Zé Roberto), Rivellino e Peri. Histórico jogo do eterno Pelé, o insuperável Rei do Futebol, o Atleta do Século XX. Obrigado meu Rei! Você me fez e sempre fará feliz!
Neste 29 de dezembro de 2022, uma estrela subiu ao céu e com um brilho especular cravou na eternidade o Rei da Bola, do Futebol e do Esporte Mundial; o insuperável Pelé!

  • José Reynaldo Bastos da Silva (reynaldo.bastos@hotmail.com)

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