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Autismo: A conscientização tem que durar o ano inteiro!!

Artigo da professora, vereadora, ativista de causas sobre o autismo e colaboradora voluntária de O Diário do Vale, Elaine Guedes.

Hoje se encerra o ‘Abril Azul’, mês alusivo a conscientização do autismo. Mas, é importante que tenhamos em mente que devemos continuar lutando para que as pessoas conheçam e entendam cada vez mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (Tea).
Quantas vezes, você mãe, pai, avó ou tia já parou para conversar com as nossas crianças ditas ‘normais’ sobre aquele amiguinho da escola, ou seu vizinho que tem autismo? Infelizmente, tenho ouvido relatos de muitas mães que sofrem quando levam seus filhos para brincar num parquinho, ou numa festa de aniversário, há sempre algum garoto (a) que o chamam de doido, maluco, mal educado, coitadinho! E com as mães a situação não é diferente. Julgam dizendo que é falta de limites, que não tem educação em casa, falta de uma boa palmada… enfim, a situação é muito triste!
Dessa forma, cabe a cada um de nós conhecer um pouco mais sobre esse transtorno que atinge uma em cada 36 crianças. E alguns podem pensar: Mas, por que existem tantos autistas hoje em dia? De acordo com alguns especialistas os casos não aumentaram ao longo dos anos, o que aumentou foi o volume de informações disponíveis que levam ao diagnóstico.
O Transtorno do Espectro Autista (Tea) é resultado de alterações físicas e funcionais do cérebro e está relacionado ao desenvolvimento motor, da linguagem e comportamental. Esse transtorno afeta o comportamento da criança. Por esse motivo é importante que todos nós conheçamos e também conversemos com nossas crianças e nossos alunos sobre como é uma criança autista. É importante também que saibamos que um autista não é igual ao outro. Mas, a maioria deles apresenta dificuldade para interagir socialmente, não mantem o contato visual, não identifica as expressões faciais e também tem dificuldades de compreender gestos comunicativos e de expressar as próprias emoções e fazer amigos. Muitos autistas apresentam dificuldade de se comunicar, as vezes fazem uso repetitivo da linguagem e não conseguem iniciar e manter um diálogo.
Há também a dificuldade em se alimentar, pois alguns possuem seletividade alimentar. Tem alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas especificas.
Por esse motivo é tão importante que o diálogo sobre esse tema aconteça!
Há muito a ser feito para melhorar a qualidade de vida dos autistas e isso deve acontecer em conjunto: professores, equipe multidisciplinar e a família.
Ainda não temos um Centro de Atendimento ao Autista, mas, nosso município conta hoje com vários especialistas na área da Educação e da Saúde; temos atendimentos na Apae e no ano passado tivemos a consolidação da Aucatea (Associação Cândido-motense de apoio a pessoa com Transtorno do Espectro Autista), que vem lutando para ajudar as famílias atípicas e os autistas a terem seus direitos garantidos. Alguns direitos já garantidos hoje em nossa cidade:
1 – a pessoa com Tea pode requerer a Carteira de Identificação gratuitamente através da Secretaria de Assistência Social. Através da impressão dessas carteiras pode-se ter dados estatísticos que possibilitam a busca de politicas publicas junto aos governos estadual e federal.
2 – Podem requerer o cartão de prioridade de estacionamento junto ao Departamento de Trânsito.
Sabemos que ainda há muito a ser feito para que nossas crianças e adolescentes possam de fato ser incluídas e ter os tratamentos necessários. Mas, continuamos na luta para que isso ocorra o mais breve possível.
Termino por aqui, deixando um pedido: Que tal agirmos com mais empatia?
Por menos preconceito e mais conscientização!!

Elaine Guedes é professora, vereadora, ativista de causas sobre o autismo e colaboradora voluntária de O Diário do Vale.

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