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Herdeiros da Família Guerino Gozzi

Crônica do historiador cândido-motense, Romildo Pereira de Carvalho.

O nosso lar, se encontra na Rua Guerino Gozzi, da frente da nossa casa, avistamos a cruz bem lá no alto do Santuário Santa Clara, nos lembrando do Sagrado e que devemos buscar sempre “as coisas do Alto”, como dizia o apóstolo Paulo.
Assim que comprei o terreno do querido Toninho Vanzato, fui investigar quem era este Guerino, e perguntei para a querida e serena Terezinha Gozzi Manfio, esposa do saudoso Alcino Manfio, foram 60 anos de Matrimônio, com os olhos brilhando, fala que nunca ouve uma discussão entre eles, ela era nossa vizinha do Salão (Cabeleireiro), então ela me disse, com muita alegria, que o Guerino era o pai dela.

Alguns dias após, desta informação, encontrei na Missa, a minha cliente das “luas cheias”, a querida Zilda Gozzi, sempre foi solicita em várias entidades e movimentos religiosos de nossa cidade, foi casada com o saudoso e sereno João Batista de Oliveira por 57 anos e mantém a viuvez por 14 anos, falei para ela que eu morava na rua mais bonita da cidade, ela quis saber qual era esta rua e falei que era na Rua Guerino Gozzi, ficou muito feliz ao falar que o Guerino era o papai dela e tem boas lembranças da época da convivência com os pais, a família era bem unida juntamente com os colaboradores e seus familiares.
As duas irmãs, sempre juntas, inclusive nas Missas, são filhas do Guerino Gozzi, um importante empreendedor da nossa cidade, era casado com a Senhora Elvira Zancheta Gozzi e tiveram ainda os filhos: Deolindo, Ercílio e Genésio.
A Família dos Gozzi cujo os Patriarcas eram o Senhor Antonio Gozzi e a Senhora Thereza Nodari, vieram da cidade de Barra Bonita e tiveram os filhos Augusto, Guerino, Quintina e Dizolina, lá se dedicavam a cultura do café, chegaram aqui nos anos 20, logo no início do surgimento da nossa cidade, compraram uma propriedade na “Italianada”, hoje Água do Miranda, onde cultivavam a plantação de café.
Com o passar do tempo, os irmãos Augusto e Guerino e toda a família, resolveram montar uma Máquina de Beneficiar café, arroz e moinho de fubá, lá na rua José Marroni, saída para a Pinguela, ficaram um tempo lá e resolveram vir mais para o centro da cidade, venderam lá para o Senhor Fauzer Jabur e montaram uma Máquina mais moderna, onde beneficiavam café, arroz e fubá, na Rua João Pio Barbosa, os dois irmãos também tinham um posto de combustível e outros empreendimentos.
Nos anos 50, com a chegada da segunda geração de filhos, os irmãos resolveram separar os negócios, Augusto ficou com a Máquina de Beneficiar Café e o Guerino ficou com a terra e comprou um Posto de Combustível e ainda comercializava café, sua paixão.
Por volta de 1960, com o falecimento do Guerino, seus filhos compraram uma fábrica de Farinha Mandioca e depois venderam as terras na Água do Miranda.
Com o passar do tempo, por forças alheias à vontade deles, os negócios tiveram um declínio.
Os filhos do Guerino, Deolindo e Genésio se mudaram para São Paulo, o Ercílio ficou aqui na cidade, juntamente com a sua família e as irmãs Therezinha e Zilda também continuaram aqui, já haviam constituído suas famílias aqui.
Em conversa com a querida Therezinha Gozzi, ela se lembra que quando “mais mocinha”, seu Pai Guerino ia para Santos de trem, enchia dois vagões de café e ia vender em Santos, ela e quase toda a família moravam ao redor da Máquina, tinha umas casinhas muito simples e se recorda também que em frente da máquina ficava repleta de carroças que levavam café até a estação ferroviária.
No dia 6 de abril deste ano, os Herdeiros da Família do Guerino Gozzi se reuniram para fazer uma confraternização, lá na residência dos saudosos Ercílio Gozzi e Leonilda Marroni Gozzi, carinhosamente chamada de “Nida”, esta ficou viúva em 1979 e dedicou a costura para sustentar a família, ou seja, os filhos, Oscar, Antônio Hélio, Mário Sérgio, Elvira, José Renato e Carlos Eduardo.
Segundo, Antônio Hélio, filho do Ercílio e da “Nida”, neto do Guerino, a família “teve uma bela convivência” nas proximidades da Máquina de Beneficiar Café, próximo a Caixa D’água do SAAE, a maioria moravam ali, “criando um laço afetivo”, que nunca se apaga da memória afetiva, este belo encontro dos herdeiros do Guerino, reuniram umas 80 pessoas, com o objetivo de resgatar o laço afetivo que envolve a família, dentre os herdeiros o mais novo é o garotão Eduardo (“Dududodandan”), com 18 dias de vida, ele é filho, do Daniel Gozzi, casado com a Amanda Marroni, o Daniel é filho do Mário Sérgio, este também é neto do Guerino.
Terminando, minha amada e melhor irmã Helena, me relembrou que ela mora na Rua Augusto Gozzi, ou seja, dois belos irmãos, morando na rua de dois belos irmãos.
Muito gratificante resgatar nossa história, sendo assim edificamos o presente, glorificamos o futuro e nos traz o sentimento de pertença que reforça a nossa memória afetiva.

Romildo Pereira de Carvalho, cabeleireiro, graduado em História e Bacharel em Direito.

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