Preservação ambiental e sustentabilidade: discurso fácil e que está na moda, está na boca de todo político, empresa ou militante. Porém, é muito discurso e pouca ação! Vivemos um impasse: por um lado tem aquele ambientalista que defende a árvore como se fosse a solução ambiental, mesmo que ofereça risco ao ser humano e ao patrimônio público. Por outro, têm os que querem derrubar árvores só porque as folhas sujam o quintal e entopem as calhas de suas residências.
Árvores: as vezes precisamos cortar, perigo, tempo de vida esgotado, plantio inadequado. Plantar sempre! Ao decidir plantar uma árvore temos que perguntar o que queremos: Sombra? Embelezamento? Frutas? Onde vamos plantar? Sítio? Cidade? No quintal? Na praça? Na calçada? Embaixo da rede elétrica? Ai então decidimos a espécie e porte adequado para cada situação.
O novo Código Florestal divide até hoje ambientalistas e ruralistas, esqueceram que o maior ganho ao Meio Ambiente foi o desenvolvimento do Programa de Microbacias e a Implantação do Plantio Direto na década de 90. Vale lembrar que existem produtores se esquecendo disso, retirando terraços, plantando morro abaixo, e isso é perigoso, é retrocesso, não podemos perder todo ganho que tivemos nestas últimas décadas. Não podemos deixar de lado este real ganho ambiental em nome da tecnologia e lucratividade. Conservar e proteger o solo e as nascentes é mil vezes importante, depois vem a proteção e plantio de árvores.
O lixo é o grande vilão do século e do Meio Ambiente. A maioria da população acredita que o lixo só é seu quando está dentro de sua casa e quer se livrar dele o quanto antes, jogando nas ruas, terrenos baldios, estradas rurais. etc. Aí toda a responsabilidade é transferida ao Poder Público. A preocupação é se livrar dele a qualquer custo e, o Meio Ambiente que se dane. Contudo isso, provoca entupimento de galerias, inundações, poluem as nascentes e abastecedouros, acarretam infecções e doenças contagiosas. O Poder Público não consegue sozinho resolver esta questão, o lixo foi produzido pelo cidadão e a responsabilidade de cada um vai além do seu quintal.
Exemplo claro de desrespeito ao Meio Ambiente é a linha férrea da antiga Fepasa, trecho desde a chegada de Assis até o aterro sanitário. Há um desrespeito e descompromisso da população, jogando lixos, sacolas plásticas, garrafas, entulhos de construção e até mesmo sofás e fogões velhos, vasos sanitários e animais mortos. Um verdadeiro absurdo!
Que a população denuncie os infratores e ajude a cuidar da nossa cidade. Temos que destacar o trabalho dos cooperados da Recicam (Cooperativa de Catadores de Recicláveis). Precisamos entender de uma vez por todas a importância desta entidade e de seus componentes ao município e ao Meio Ambiente, pois são agentes ambientais.
Precisamos de consciência e ações em favor do Meio Ambiente. O discurso ambiental e de sustentabilidade é muito bonito, mas que mundo vamos deixar para nossos filhos? Depende muito de nossas ações atuais e dos filhos que vamos deixar para o mundo.
Descruze os braços, pare de criticar e transferir responsabilidades, seja você um servidor, um fiscal um verdadeiro agente ambiental. A responsabilidade é de todos nós. O ente mais importante do Meio Ambiente é a gente!
João Antonio Ferreira da Motta é pequeno produtor rural, ex-presidente do Sindicato Rural de Cândido Mota e ex-secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Cândido Mota.