O Bombeiro da Estação de Cândido Mota/SP, 1º sargento Victor Ribas, viaja na madrugada desta quarta-feira, dia 24, para auxiliar no combate ao já considerado, maior incêndio da história do Pantanal Sul-mato-grossense. Convocado junto com o 1º tenente Castanho, também do 14º Grupamento de Bombeiros de Presidente Prudente/SP, o cândido-motense embarca para Araçatuba/SP, de onde sai em comboio com outros bombeiros do Estado de São Paulo, para Corumbá/MS.
Números
Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que quase 593 mil hectares foram consumidos pelo fogo, entre 1º de janeiro e 16 de julho de 2024, o que corresponde a 6% da área total do bioma.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 3.099 focos de calor foram detectados via satélite de janeiro até 16 de julho. O aumento é de 38,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram 2.235 registros.
Nesta segunda-feira, dia 22, 61 pontos de calor foram registrados por satélites.
Crime
Agentes da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificaram que ao menos 30 incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul foram provocados por ação humana só neste ano.
As informações foram obtidas após peritos técnicos da PF e do Ibama irem até os pontos de ignição – esses pontos são locais com temperatura mínima em que ocorrem uma combustão, e podem se tornar incêndios.
Por meio de imagens de satélites e da perícia em campo, a PF conseguiu constatar resultados da ação humana. Os responsáveis pelos incêndios podem responder criminalmente e ter que pagar pela recuperação das áreas. Conforme a perícia técnica, os ventos ajudaram a espalhar as chamas por outras propriedades privadas.
As informações coletadas serão encaminhadas ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que deve abrir inquéritos civis de investigação.