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Mesário e eleitora de Cândido Mota dão o ‘último abraço’

História do mesário Fábio Luiz Franciscato e da eleitora Rosalina de Souza foi publicada no informativo do TRE

Eleição é um dia de reencontros nas seções eleitorais. São comuns os comentários entre os mesários: ‘Será que tal eleitor vem votar este ano?’. Em Cândido Mota, um desses encontros foi destaque no jornal ‘Notícias do TRE’, um informativo do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, publicado neste mês de outubro, e que está em sua 206ª edição.
“Na seção eleitoral 51, da escola municipal Olga Breve Alves, onde sou mesário, há uma eleitora muito especial pela memória afetiva que me traz: a dona Rosa. Ela fez parte da minha infância, mas fiquei muitos anos sem vê-la, reencontrando-a em minha primeira eleição como mesário”, contou o cândido-motense, Fábio Luiz Franciscato.
“Sempre a encontrava aos domingos, quando ia visitar a minha avó no sítio, pois eram vizinhas. Em 2014, quando ela chegou à seção para votar, logo a reconheci e lhe disse: “Oi, dona Rosa, sou o neto da Olinda”. Ela ficou super feliz com a coincidência e, desde então, a cada eleição, sempre trocávamos palavras e cumprimentos rápidos, mas afetuosos antes de seu voto”, completou.
Segundo o mesário, desta vez, com 76 anos completados em setembro, a dona Rosa estava com a saúde debilitada. Sofreu um infarto e havia passado por um cateterismo. “A família a aconselhou que não fosse votar, já que seu voto não é mais obrigatório. Mas ela não aceitou e convenceu uma das três filhas a levá-la até a escola”, disse.
Chegando à porta da seção 51, ela comunicou à secretária: ‘Eu vim aqui só para ver o Fábio’. “Ao ouvir essas palavras, me emocionei. Ainda mais depois que sua filha me relatou sobre seu estado de saúde. Após a saída dela da cabina, quebrei o protocolo e não me contive. Levantei-me e dei um abraço carinhoso na dona Rosa e lhe disse: ‘Pare de dar susto nas suas filhas’, contou Fábio.
No mesmo instante, circulou pela escola a história de que o presidente da seção 51 tinha uma fã que veio ao local só para vê-lo. “Não imaginava que seria o nosso último encontro e o último abraço. Na manhã seguinte, uma tia me comunicou que a dona Rosa havia falecido. Fui ao velório e as filhas relembraram o quanto ela fez questão de ir votar naquele dia e de rever o mesário por quem ela tinha tanto apreço”, falou o mesário Fábio, que concluiu: “O contato com as eleitoras e eleitores na seção, mesmo que rápido, é muitas vezes marcante, e a dona Rosa é uma das pessoas memoráveis da seção 51”.
Rosalina de Souza, carinhosamente conhecida como dona ‘Rosa’, faleceu no dia 7 de outubro. Ela deixou as filhas Maisa, Rosimeire e Salete, e demais familiares.

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