Um homem de 58 anos foi preso em flagrante na noite de sexta-feira, dia 1°, em Cândido Mota/SP, após desobedecer uma ordem de parada durante uma blitz na entrada da cidade.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, por volta das 20h, as equipes do Detran e da Polícia Militar, com apoio da Polícia Civil, realizavam a operação ‘Direção Segura’, na avenida João Alves dos Santos e rua Joaquim Galvão de França, com o objetivo de combater casos de embriaguez ao volante.
Por volta das 21h40, um dos funcionários do Detran determinou a parada de um veículo Amarok, de cor branca, sem placas, ocupada por três homens. O condutor acelerou em arrancada e neste momento, a Polícia Civil com uma viatura descaracterizada, mas com sinais luminosos e sonoros e a Polícia Militar, iniciaram acompanhamento. Segundo a polícia, na rua Ângelo Pípolo a viatura da Polícia Civil conseguiu se aproximar da caminhonete, um agente policial desceu de um lado e o delegado João Fernando Pauka Rodrigues, do outro, solicitando que desembarcassem do veículo, porém disseram ter sido ignorados. De acordo com o delegado, para tentar inviabilizar a fuga, ele efetuou três disparos contra o pneu da caminhonete. Neste momento, uma equipe da Polícia Militar continuou o acompanhamento, conseguindo abordar o veículo quatro quarteirões depois.
Segundo os policiais, o condutor jogou a caminhonete contra eles, prensando-os contra a viatura e causando lesões. Eles disseram ainda que o homem demonstrou sinais de embriaguez, além de insultar os policiais envolvidos e durante a abordagem apresentou resistência, sendo necessário uso de força física proporcional.
Ele foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Assis, já acompanhado de advogados. Ele teria se recusado a realizar o teste do bafômetro e o exame de sangue para verificar sua condição de sobriedade.
Assim como os policiais, ele também ficou ferido e foi levado para um hospital particular onde recebeu atendimento médico e permaneceu internado sob escolta policial.
Na manhã de domingo, dia 3, o condutor passou por audiência de custódia e teve prisão em flagrante convertida para prisão preventiva. Nesta terça-feira, dia 5, a Justiça acatou um pedido de relaxamento de prisão preventiva feito pela defesa do motorista.
O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Assis como tentativa de homicídio, resistência, desacato e embriaguez ao volante. Foram ouvidos funcionários do Detran, policiais militares e policiais civis, e solicitados exames periciais ao Instituto de Criminalística (IC).
A investigação prossegue pela Seccional.

Prevenção
O delegado de Cândido Mota, João Fernando, que figura no boletim de ocorrência como uma das vítimas, falou sobre o trabalho das polícias no combate ao crime de embriaguez ao volante.
“Temos visto nas redes sociais críticas em relação ao trabalho da Polícia. Estamos conscientes que todo serviço público está aberto a opiniões, mas o trabalho da Polícia é, primeiro conscientizar a população dos riscos de ingerir bebida alcoólica e dirigir, e fiscalizar e punir as pessoas que descumprem as regras de conduta, sejam elas quem for”, disse o delegado. Ele relembrou três recentes casos de acidentes provocados por dirigir embriagado.
“Tivemos recentemente, três homicídios causados por embriaguez ao volante, o da cândido-motense Maria Flávia, da assisense Catarina Mercadante e do Alexandre Gallo que faleceu aqui em Cândido Mota, na rodovia ‘Benedito Pires’. Atuamos com rigor para que casos desse tipo não se repitam. A Polícia não atua só na prevenção, mas também no combate a esse tipo de criminoso”, concluiu João Fernando.

Defesa
O jornal e portal O Diário do Vale falou com a defesa do motorista, que esclareceu que alguns fatos não foram exatamente como relatados no Boletim de Ocorrência e que foram comprovados com base nas imagens de câmeras de segurança coletadas durante o percurso e em frente à residência do acusado.
“O agravante era em relação à tentativa de homicídio, mas diante das imagens conseguimos provar que foi um fato acidental, pois a caminhonete se movimentou no momento em que o motorista foi retirado e tirou o pé do freio, prensando o policial. Diante desta visão, a Justiça reconheceu e decidiu pelo pedido de relaxamento de prisão preventiva”, disse a advogada de defesa.
O motorista recebeu alta médica mas ficará por 60 dias de licença saúde.