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A Geologia e a Política para o desenvolvimento da Amazônia e do Brasil

Artigo do Geólogo Mestre e Doutor pela UNESP e Pós-Doutor pela UNICAMP em Planejamento e Gestão Mineral e Ambiental, José Reynaldo Bastos da Silva.

A Geologia por si só explica o que a Política distorce. Faltam Geólogos e Geólogas na Política. Faltam Políticos minimamente conhecedores, mesmo que genéricos, da Geologia e sua importância para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Não se trata apenas de uma confusão conceitual sobre Bacias Sedimentares. Há um enfoque proposital em usar essa confusão para arquivar um projeto que poderá se tornar na redenção do povo amazônico e garantia da conservação da Floresta.
Explorar petróleo em águas profundas é uma tecnologia que a Petrobrás desenvolveu inusitadamente e é a única detentora desta expertise no mundo petroleiro. Quanto ao conceito geológico, isso é de menos. Na foz ou desembocadura do Rio Amazonas, muito abaixo do belíssimo fenômeno da “pororoca” do Tupi Guarani que designa “estrondo” ao encontro das águas do Rio com o Oceano, especialmente nas noites de lua cheia, quando os botos cor de rosa seduzem as donzelas arrependidas do namoro, existem nada menos que 6.000 metros de depósitos de sedimentos lançados pelo grande rio ao oceano que formam leques coalescentes e pressionam os sedimentos mais profundos criando as condições ideais de pressão e temperatura para transformar toda a matéria orgânica, vegetal ou animal, fossilizada com os sedimentos areno-argilosos, em petróleo de qualidade e quantidade para um potencial campo gigante tal qual os da Bacia do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santos, sob o Pré-Sal. E com os royalties advindos do petróleo, serão gerados os recursos necessários e suficientes para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Brasileira e seus povos, atuais e originários.
Como fazer sem impactar negativamente o meio ambiente a Petrobrás sabe fazer e a ANP sabe fiscalizar. Desmistificar a questão, mostrando que tal empreendimento trará, isso sim, impactos ambientais altamente positivos para a Amazônia e o Brasil é uma tarefa que a Geologia explica e os ambientalistas e políticos devem entender, antes que percamos o bonde da História. Afinal ainda vamos precisar de muito petróleo para financiar a transição energética para as energias descarbonizantes.
O petróleo terá um papel imprescindível para literalmente combustar o desenvolvimento econômico com equilíbrio ecológico e social por um bom tempo adiante, queiram ou não entender o que a Geologia faz para o progresso das nações.

  • José Reynaldo Bastos da Silva é Geólogo Mestre e Doutor pela UNESP e Pós-Doutor pela UNICAMP em Planejamento e Gestão Mineral e Ambiental.

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