Ao longo das últimas décadas experimentamos incríveis evoluções na medicina, inteligência artificial, transportes, tecnologia e telecomunicações. No Brasil, hoje temos mais aparelhos celulares que pessoas. Carros autônomos, robôs que resolvem problemas complexos e algoritmos que escrevem em lingua gem natural são uma realidade. Mas neste processo de busca pela evolução esquecemos de um dos mais básicos insumos para a vida humana: a água.
Na jornada pela evolução e crescimento das cidades, negligenciamos a sustentabilidade e a preservação do meio-ambiente e um bem, outrora abundante, passou a faltar.
Agora o desafio está em usar toda a tecnologia desenvolvida para reduzir o impacto que causamos e buscar soluções que integrem melhor a atividade urbana e as necessidades decorrentes de grandes centros, com a sustentabilidade dos recursos naturais. Tecnologias desenvolvidas para outros objetivos estão sendo testadas nos ciclos de produção de água, coleta e tratamento de esgoto. Usamos satélites e drones para monitoramento dos mananciais; geramos energia e biogás ;a partir de resíduos.
Retornar o nosso foco ao básico, ao simples, é uma jornada de reconexão com a vida, com a perenização do nosso planeta. A água está presente em todas as nossas atividades, quando praticamos es portes, fazemos comida, na higiene pessoal, no lazer ou mesmo para simplesmente beber. E por sempre estar ali, disponível, acabamos esquecendo da sua importância.
A água também é essencial na preservação da biodiversidade, nos ciclos da natureza, na geração de energia e na regulação da temperatura. Os alertas para uma maior atenção na gestão hídrica vêm aumentando, no entanto, somente no passado mais recente, potencializado pelos efeitos das mudanças climáticas, o problema passou a ser foco de governos, das empresas e da sociedade.
Empresas como a Sabesp têm um compromisso inalienável com a sociedade na busca incessante por processos mais eficientes e com menos impacto no meio-ambiente. Investimos muito em pesquisa e desenvolvimento, fomentamos a inovação aberta e a cooperaçã ;o com outras empresas para garantir o avanço desta agenda.
Hoje, dentro do conceito de economia circular, produzimos, a partir do tratamento de esgoto, fertilizantes e biogás – que usamos como combustível para nossa frota de veículos em Franca. Nossas estações de tratamento produzem mais de 3 bilhões de litros de água de reuso – que pode ser usada na limpeza de vias e na indústria, reduzindo o consumo de água potável. Temos também uma iniciativa estratégica na gestão energética onde estamos instalando placas fotovoltaicas nas nossas estações de tratamento e nos reservatórios. Nosso programa de geração distribuída prevê implantar 40 usinas nos próximos meses, totalizando 60MW.
Este ano, a Sabesp completa 50 anos. Respeitamos e reconhecemos a importância da nossa história. Mas, acima de tudo, temos um compromisso com o futuro e a universalização dos serviços de saneamento garantindo dignidade e inclusão social, especialmente para os mais vulneráveis.
Repensar e inovar a forma em que levamos o saneamento para a sociedade e como gerenciamos o ciclo de captação, tratamento e distribuição de água, bem como a coleta e tratamento de esgoto, são fundamentais para avançarmos na agenda ambiental e garantir a sustentabilidade.
Água é a nossa matéria-prima, nossa paixão e o meio para realizarmos a nossa função social. Ela é inspiração com seus ciclos contínuos, fluidez e adaptabilidade. Água é vida e é o que nos move.
(André Salcedo é presidente da Sabesp e colaborador voluntário de O Diário do Vale Jornal e Portal)