O Diário do Vale - A Região no Mundo!

Apmesp agradece Mauro Bragato por criação de Polos Regionais da Mandioca

O Projeto de Lei foi publicado no Diário Oficial do dia 15 de junho.

O setor mandioqueiro paulista, através da Associação dos Produtores de Mandioca e Derivados do Estado de São Paulo (Apmesp), com sede em Cândido Mota, agradeceu ao deputado estadual Mauro Bragato, pela criação dos Polos da Mandioca no Estado de São Paulo. O Projeto de Lei foi publicado no Diário Oficial do dia 15 de junho.
Os Polos Regionais da Mandioca tem como propósito, promover a expansão e desenvolvimento tecnológico da cultura da mandioca, além de promover o processamento industrial da mandioca e difundir o consumo de seus produtos.
O objetivo é fomentar a cooperação técnica entre as universidades e demais centros de pesquisa e o setor produtivo, aperfeiçoar a prestação dos serviços de apoio tecnológico e extensão rural prestados pelo Poder Público ao setor, além de desenvolver a indústria turística no território de cada um dos Polos, especialmente as atividades que tiverem como atração a cultura da mandioca e seu processamento industrial.
O Projeto de Lei criou dois Polos Regionais, sendo o primeiro constituído por Cândido Mota, Assis, Paraguaçu Paulista, Palmital, Ibirarema, Campos Novos Paulista, Ribeirão do Sul, São Pedro do Turvo, Ocauçu, Ubirajara, Lupércio, Tupã, Garça, Tupã, Arco-Iris, Parapuã, Martinópolis e Indiana; e o segundo, composto pelas cidades de Araras, Santa Maria da Serra, Conchal e Mogi Mirim.

Números
De acordo com o último levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), referente ao ano de 2016, a produção mundial de raiz de mandioca correspondeu a 277,1 milhões de toneladas. O Brasil ocupa a quarta posição na produção mundial de mandioca, participando com 21,08 milhões de toneladas de raiz de mandioca.
A mandioca é cultivada em todas as regiões do Brasil, assumindo destacada importância na alimentação humana e animal, além de ser utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. Tem ainda papel importante na geração de emprego e de renda, notadamente nas áreas pobres da Região Nordeste.
Considerando-se a fase de produção primária e o processamento de farinha e fécula, estima-se que são gerados, no Brasil, um milhão de empregos diretos. Estima-se que a atividade mandioqueira proporcione uma receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares. A produção de mandioca que é transformada em farinha e fécula gera, respectivamente, uma receita equivalente a 600 milhões e 150 milhões de dólares, respectivamente.
A brasileiríssima mandioca, como não poderia ser diferente, também está presente nos quitutes juninos, seja na forma de bolo ou até mesmo em caldo para aquecer as noites de folia no inverno. Mesmo com o distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus, quitutes feitos à base da raiz podem ser preparados para festejar em casa, em família.
O Estado de São Paulo é referência no Brasil e no mundo no desenvolvimento de pesquisas cientificas com mandioca. As cultivares desenvolvidas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC-APTA), são responsáveis por agregar renda aos agricultores e a enriquecer com nutrientes esse importante ingrediente, eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento mais importante do século 21.
A mandioca, macaxeira ou aipim está presente na alimentação de mais de 700 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, segundo a ONU, e é a terceira maior fonte de carboidrato dentre os alimentos, perdendo apenas para o arroz e o milho.
No Brasil, a mandioca tem um papel importante para alimentação da população, principalmente a partir de trabalho de pesquisa realizado pelo IAC, que permitiu aumentar em 20 vezes a quantidade de vitamina A, a partir de desenvolvimento da cultivar IAC 576-70, conhecida como ‘Amarelinha’, em relação aos materiais de mandioca branca.
A IAC Amarelinha possui 220 Unidades Internacionais (UI) de vitamina A diante de 10 UI presente nas variedades de polpa branca. Esse valor, no entanto, é bem superior nas novas cultivares prontas para registro no RNC-MAPA, como é o caso da IAC 6-0,1 que tem em suas raízes teor de beta-caroteno equivale à 800 UI de vitamina A. Além do alto índice de nutrientes, o desempenho agrícola da IAC Amarelinha é tão superior comparado aos demais, que atualmente responde por grande parte das mandiocas de mesa comercializadas em São Paulo. A qualidade a faz chegar aos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. De acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), os números finais para a mandioca para mesa indicam uma leve redução da área cultivada (-2,8%), que passou de 21,7 mil hectares para 21,1 mil hectares. A produção foi 5,6% maior, chegando a 280,8 mil toneladas, enquanto a produtividade ficou em torno de 16,9 t/ha, 6,7% maior que a registrada na safra passada.
A regional de Mogi Mirim respondeu por aproximadamente 24% da produção paulista, seguida pelas regiões de Jaboticabal (6,1%) e Sorocaba (6,1%). O IAC já desenvolveu mais de 20 variedades de mandioca. Além de cultivar de mesa, como a Amarelinha, o Instituto Agronômico possui cultivares específicas para o uso industrial e bastante apreciadas pela indústria para produção de farinha de mandioca, fécula e polvilho. Os materiais são cultivados em São Paulo e também em outros Estados da federação. Dentre eles destacam-se a IAC 12, IAC 14 e IAC 90. Materiais de mandioca para indústria são avaliados por pesquisadores do IAC em produtores paulistas e nas unidades regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), como é o caso das ações em conjunto com os Polos Regionais de Monte Alegre do Sul, Pindamonhangaba, Mococa, Presidente Prudente, Adamantina, Andradina, Gália, Pindorama e Assis.
A região do Médio Paranapanema, onde fica localizada a unidade de Assis, se destaca como o principal produtor de mandioca para a indústria do Estado de São Paulo, com produção que chega a 252 mil toneladas, representando 24% da produção paulista, no entanto nos últimos anos verifica-se deslocamento do cultivo rumo ao Pontal do Paranapanema.
As instituições da Secretaria desenvolvem pesquisas para identificar as melhores cultivares adaptadas para a região, avaliando em diferentes tipos de solo e os melhores ambientes de produção. “A escolha adequada da cultivar de mandioca pode aumentar em 20% a produtividade da propriedade”, afirma Sérgio Doná, pesquisador da APTA.
O levantamento final da área e produção da mandioca para indústria do IEA, para o Estado de São Paulo, apontou área cultivada 62,4mil hectares, 1,3% maior que área no ano anterior, com uma produção de 1.234,0 mil toneladas, 15,3% maior que a safra passada, apresentando um aumento de 5,4% na produtividade, que passou de 28,3, para 29,9 toneladas por hectare, acréscimo de 5,4%. A retomada de melhores preços médios recebidos pelos produtores, registrada no ano de 2019, pode ser a causa dos resultados positivos apurados neste levantamento.
Os resultados do levantamento de fevereiro de 2020, primeiro levantamento para a mandioca para indústria, registraram redução de 2,4% da área cultivada com o produto, estimada em 60,9 mil hectares. A produção e a produtividade apresentaram aumentos de 7,8% e 6,7%, respectivamente. Estimam-se produção de 1,3 milhão de toneladas e produtividade 31,9 t/ha.

Benefícios
Os indígenas já cultivavam e consumiam a raiz muito antes da chegada dos portugueses. De fácil cultivo bom rendimento agrícola, é encontrada em todo território nacional, colocando o Brasil como maior produtor mundial de mandioca. Em outros estados, é conhecida como aipim, macaxeira, guaxupé, morandi e outros nomes. É bastante versátil e vários produtos e subprodutos podem ser utilizados tanto na alimentação humana, quanto animal. É utilizada já cozida ou ainda crua em diversas preparações culinárias, também é muito usada na forma de farinha, inclusive pode substituir o trigo em alguns preparos, bem como seus outros produtos derivados, os polvilhos, doce e azedo. Os polvilhos são mais conhecidos por serem empregados no famoso pão-de-queijo, mas também trazem ótimos resultados no preparo de bolos, tortas e biscoitos.
Além da alimentação, a mandioca, seus produtos e subprodutos são utilizados nas indústrias têxtil, farmacêutica e de papel. Existem dois grandes grupos de variedade de mandioca: de mesa (mansa ou doce) e a industrial (brava ou amarga). As variedades pertencentes ao grupo de mesa são as mais adequadas para serem plantadas em quintais e hortas podendo ser colhidas desde os sete até os 14 meses, a partir daí a raiz se torna mais fibrosa, prejudicando o seu aproveitamento. Já a mandioca industrial não pode ser utilizada in natura devido ao ácido cianídrico, uma substância altamente tóxica que só é eliminada por meio do processo industrial.
Além da versatilidade, a mandioca também é conhecida como um alimento de alto valor nutritivo e fonte de energia, pois cada 100g fornece 149 calorias; possui pequeno teor de proteína (0,8%); é rica em fibras que estimulam o funcionamento dos intestinos e podem contribuir para a redução dos níveis de colesterol no sangue.
Na raiz também são encontradas vitaminas do complexo B, indispensáveis ao sistema nervoso, à digestão e à respiração e ao metabolismo das células. As mandiocas amarelas apresentam certo teor de caroteno que se transforma em vitamina A, importante para a formação dos tecidos corporais, proteção à visão, manutenção saudável da pele, dos cabelos e das unhas, assim como proporciona o crescimento e desenvolvimento normal do organismo e a proteção do sistema imunológico. O betacaroteno é um pigmento antioxidante, que neutraliza os radicais livres, os quais podem lesar as células e causar doenças.
A mandioca contém ainda, mesmo que em pequenas quantidades, alguns minerais como cálcio, fósforo e ferro, muito importantes na composição dos dentes, ossos e sangue, dentre outras funções.

Ultimas Notícias!