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Dia Mundial do Meio Ambiente

Artigo do Advogado e Geólogo, Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Geociências e Meio Ambiente, José Reynaldo Bastos da Silva.

O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data fundamental no calendário global, celebrada anualmente no dia 5 de junho. Estabelecida em 1972 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, durante a Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, esta data tem o objetivo de sensibilizar e mobilizar a população mundial para a proteção ambiental.
A cada ano, um tema específico é escolhido para destacar uma questão ambiental urgente. Neste ano de 2024 o foco é “Acelerar a Restauração da Terra, a Resiliência à Seca e o Progresso da Desertificação”.
Pela seca ou pela chuva torrencial, a degradação do Planeta Terra é recorrente. Afeta a biodiversidade, a segurança alimentar e a saúde humana, tornando essencial uma ação coordenada e eficaz, no campo e na cidade.
Estamos vendo as catastróficas inundações nunca antes ocorridas com igual potência sobre o Estado do Rio Grande do Sul, ceifando vidas e trazendo doenças.
Projetos de reflorestamento, preferencialmente por espécies arbóreas nativas, restauração de áreas úmidas e agricultura regenerativa são exemplos de ações eficazes.
No contexto da agricultura, carro-chefe da economia regional, para nossos amigos produtores rurais chegarem ao nível da agricultura regenerativa falta muito pouco. Senão vejamos, checando pelas práticas regenerativas, se estão sendo aplicadas aqui na região do Médio Paranapanema:
Rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais de uma espécie na mesma área (ex: rotação de lavouras de cana-de-açúcar com soja, crotalária ou amendoim, mandioca com amendoim, etc.): sim, já ocorrem na região.
Plantio direto: envolve o não revolvimento do solo, manutenção da palhada na superfície do solo e também rotação de culturas na palhada: sim, já ocorrem na região.
Consórcios: cultivo intercalados de duas ou mais espécies ao mesmo tempo na área. Ex: milho-braquiária: precisam ser incrementados na região.
Tecnologias de fertilização: utilização de fertilizantes organominerais, pó de rochas, entre outros, em detrimento aos fertilizantes puramente minerais: precisam ser incrementadas na região.
Compostagem: uso de materiais orgânicos, como restos de plantas e esterco animal, para produzir um composto que é fonte de nutrientes: precisa ser incrementada na região.
Bioinsumos: são produtos naturais, como biofertilizantes e biopesticidas, os quais auxiliam no manejo de doenças e pragas de forma menos prejudicial ao meio ambiente. Esses produtos são derivados de micro-organismos benéficos e substâncias naturais: precisam ser incrementados na região.
Integração com animais nos sistemas produtivos, como o agropastoril. Um exemplo é o plantio de milho ou soja consorciado com a criação de gado. O sistema funciona da seguinte forma: durante o verão, ocorre o cultivo das plantas; no inverno, os animais se alimentam das forrageiras e pastagens que ficaram no local deixando esterco.
Pequenas ou grandes soluções, imediatas ou de médio e longo prazo é a única saída para atenuar as mudanças climáticas e prevenir catástrofes.
Sempre é tempo de começar. Senão nunca chegaremos lá.
Que o Dia Mundial do Meio Ambiente, 05 de junho, não fique somente como referência de um suceder de tragédias mundiais ambientais; ora por secas, ora por inundações…

  • José Reynaldo Bastos da Silva é Advogado e Geólogo, Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Geociências e Meio Ambiente.

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