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Festa do ‘Menino da Tábua’ reúne cerca de 25 mil pessoas em Maracaí

Romeiros de todo Brasil fizeram as suas homenagens e preces em memória a Antonio Marcelino, o ‘Menino da Tábua’, na capela do cemitério municipal de Maracaí.

Após dois anos sem a tradicional festa do ‘Menino da Tábua’, devido a pandemia da Covid-19, no último final de semana, a cidade de Maracaí pôde, novamente, receber as caravanas de todo o país para a festividade, que é considerada uma das maiores romarias do interior do Estado de São Paulo.
Nos dias 27 e 28 de agosto, segundo a Comissão Organizadora, cerca de 25 mil romeiros do Brasil fizeram as suas homenagens e preces em memória a Antonio Marcelino, o ‘Menino da Tábua’, na capela do cemitério municipal de Maracaí.
Durante a festa, os visitantes conheceram a ‘sala dos milagres’ na capela e participaram das celebrações na capela, além de apreciarem a feira livre nas proximidades do cemitério municipal, as apresentações artísticas e culturais, e a praça de alimentação.
Antonio Marcelino faleceu em 1945 e foi sepultado no cemitério municipal de Maracaí. Marcelino tornou-se conhecido após várias pessoas atribuírem a ele milagres alcançados por seu intermédio. Desde 1977, 32 após o falecimento do ‘Menino da Tábua’, o município realiza a tradicional festa em sua homenagem no último final de semana do mês de agosto.

História
Antonio Marcelino, o ‘Menino da Tábua’, nasceu em Cândido Mota no ano de 1900. Sua verdadeira história foi levantada pelo historiador cândido-motense José Clóvis Zambito, que ouviu em 2007, dona Josefina Rodrigues da Cruz, irmã de Antonio Marcelino.
Segundo ela, após o nascimento de Antonio Marcelino, a família viveu por pouco tempo em Cândido Mota, se mudando para a água do Matão. Também morou na água da Fortuna, quando morreu no dia 31 de agosto de 1945, aos 45 anos de idade. Seu corpo foi sepultado no cemitério municipal de Maracaí, juntamente com sua tábua.

Antigo diário, já deteriorado pelo tempo, que relata o nascimento e a morte do ‘Menino da Tábua’

Dona Josefina contou que seu irmão Antonio Marcelino nasceu em uma casinha de palha. Seus pais eram Sebastião Rodrigues de Oliveira, lavrador, natural de Minas Gerais e dona Geraldina Maria de Jesus, dona de casa, natural do Estado de São Paulo. Os dois tiveram 10 filhos, Antonio Marcelino, Maria, Luzia, Vicentina, Josefina, Pedro Nicolau, Conceição, Aparecido, Benedito Félix e Lázara.
Ainda segundo Josefina, seu irmão nasceu de 7 meses e só vivia deitado em cima de uma tábua, sempre quieto, encolhido e nu. Ele não aceitava em hipótese alguma qualquer espécie de roupa ou coberta, podia estar o frio que fosse. Alimentava-se apenas de leite e água, algumas vezes seus pais o forçavam a comer rescaldo de marmelada.
Na redondeza, muitas pessoas ficaram sabendo de seu estado de sobrevivência e iam até o menino, a procura de uma graça, pois vivia como um anjo. Desde então, começou a aumentar a crença popular em torno de Antonio Marcelino, que passou a ser chamado de o ‘Menino da Tábua’.
Sua família era muito humilde, por isso, viviam de doações. Sua fama de ‘anjo milagreiro’ se espalhava rapidamente entre as pessoas, e crescia o número de devotos.
Após sua morte, em 1945, muita gente começou a visitar seu túmulo e pedir ajuda para seus problemas. Segundo muitos depoimentos, o ‘Menino da Tábua’ realizou vários milagres e a cada ano que passava, mais fiéis visitavam seu túmulo.

História da Foto
Como na época não existia nenhum fotógrafo na região, não foi possível tirar alguma foto de Antonio Marcelino. Com isso, no ano de 1977, o cidadão Elifaz Demane, um especialista da Polícia Civil do Departamento de Investigações Criminais (Deic), e com dados fornecidos pela família, fez o retrato falado do ‘Menino da Tábua’.

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