“A cooperativa tem um caminho muito bom pela frente. Hoje, como presidente Ocesp, temos a preocupação em preparar um plano de negócio para as cooperativas do agro. Elas precisam enxergar o futuro para os seus próximos anos. Caso seja a nossa aptidão, nós podemos ser mais do que um grande operador logístico. A Coopermota é uma das melhores cooperativas do estado de São Paulo. A diretoria atual tem feito um trabalho muito importante, assim como o Oscar e outros gestores que passaram por aqui. Como fruto disso, atualmente exercemos uma representatividade muito expressiva dentro de São Paulo, a exemplo do que ocorre com algumas outras cooperativas. Mas ela precisa fazer um planejamento para algo maior. Temos competência para isso, estamos preparados e temos gente com gabarito para preparar uma estrutura que nos leve para algo maior. Eu não sei o que seria este caminho. Nós, enquanto membros da Ocesp, vamos plantar a sementinha e quem vai dizer qual o caminho a ser tomado serão os presidentes das cooperativas. Faremos workshops para pensar isso entre as lideranças do agro. Vamos falar sobre os acordos que vêm sendo firmados e perceber como podemos nos beneficiar deles para agregar valor ao nosso produto. São várias frentes proporcionadas pelos acordos entre Brasil e Mercosul, Mercosul e União Europeia, Brasil e China, Brasil e Índia, só para citar alguns. Como agricultores, buscamos sempre nos informar sobre como conseguirmos colher melhor e plantar melhor, mas nós precisamos efetivamente pensar, daqui pra frente, para onde nós vamos e como nós vamos. E essa definição precisa ser planejada. Acho que os próximos 60 anos serão brilhantes para a cooperativa e para nós, agricultores”, avalia o presidente da Ocesp e ex-presidente da Coopermota, Edivaldo Del Grande.
Com este discurso de impulsão ao crescimento da Coopermota para os próximos anos, Del Grande situa a cooperativa na conjuntura do mercado estadual, posiciona seu pensamento sobre políticas voltadas ao setor e ainda relembra alguns momentos do período em que esteve à frente da gestão da cooperativa. Ele destaca que, apesar das cooperativas ajudarem muito o produtor rural, é preciso que o agricultor possa ganhar mais dinheiro. “É o agricultor quem movimenta toda essa máquina, toda essa estrutura que sustenta o setor que vem sendo difundido com uma campanha de marketing que diz que o agro é business, é pop, é tudo. O agricultor é aquele que está no campo suando a camisa, que está plantando milho sem a perspectiva de chuva. São estes caras que precisam ganhar dinheiro para eles continuarem no campo, para que eles queiram que os próprios filhos continuem no processo produtivo”, defende.
Segundo Del Grande, há pouco tempo ele esteve na França e o que ouviu por lá é que o governo não vai aguentar bancar mais os 60% de subsídio pagos aos agricultores por muito tempo. Del Grande comenta que, o que se diz é que a tendência naquele país é que estes agricultores que vivem só do campo desapareçam. “Na França, 50% dos agricultores têm mais de 60 anos e não há uma realidade de sucessão no setor. Nós não queremos que nossos filhos sejam agricultores e lá eles também têm este problema. Eles têm a mesma dificuldade que nós, mas o que diferencia é que os agricultores franceses não são apenas agricultores, mas sim industriais. O que se muda é o conceito. Com esta perspectiva, é possível agregar valor ao produto produzido por ele. Precisamos entender este processo. Sendo assim, quem vai ditar os próximos 60 anos serão nós mesmos. O futuro não existe, ele é feito por nós, dentro de um planejamento que seja factível de ser aplicado”, afirma.
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