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Svetlana Aleksiévitch – “A guerra não tem rosto de mulher”

Artigo da professora de História, Elda Cecília Bolfarini Jabur.

Jornalista e escritora ucraniana, desde pequena participou indiretamente da guerra. Ouvindo relatos dos conflitos do século passado. Inicialmente relatos que aconteciam em eventos familiares.

De início, segundo ela, …”palavras assustadoras e incompreensíveis”.

Aos poucos, foi se conscientizando  que se relacionavam à uma história verdadeira. A segunda guerra mundial.

Assim começou ouvir falar muito sobre a morte e seus terríveis significados.  Tempos de guerras.

Desde quando temos guerras?

As guerras são imemoriais.

São travadas inicialmente dentro de mentes perturbadas. Depois esses seres inescrupulosos conseguem apoderar-se das mentes de outras pessoas.

Para isso, é importante alcançar o poder. Através disso, transformam-se em terríveis ditadores, seres do mal.

Começam a ditar dores. Métodos de subserviência, escravidão, exploração, subjugação, etc..

Nada os detém. São sedentos de sangue, terras, riquezas, exércitos e povo subserviente.

Assim Svetlana começou  a ler muito e investigar sobre as guerras.

Preocupou-se em saber qual era o papel das mulheres.

O importante, porque mesmo depois de acabada essa sangrenta guerra, elas permaneciam silenciosas. Como se não tivessem existido.

Até então todos os relatos somente se referiam aos soldados.

As mulheres não gostavam de focar na dor.

Descobriu que muitas foram usadas (fato não inédito) para servir de inúmeras maneiras.

Serviram tanto no front como nos hospitais militares.

Referiu-se à palavra tanquista. Aquelas que manuseavam fuzis.

Ela quis decifrar os mistérios da guerra..

Descobriu como muitos membros de sua família foram mortos na guerra.

Ela disse: …quem conta a guerra são as mulheres que choram. Desde crianças eram preparadas para enfrentar a morte e a guerra”.

Começou a fazer entrevistas com mulheres que tinham participado do evento e fazer anotações.

Concluiu: “ …todos sofrem. As pessoas, a terra, os pássaros, as árvores”.

Ela quiz dedicar-se aos sentimentos, sofrimentos e emoções dessas mulheres.

Afirmou: “A guerra é um sentimento íntimo demais. É tão infinito quanto a vida humana”.

Viu-se diante de um dilema, quando sua filha de apenas seis anos, perguntou à ela…”o que é a guerra”. Porque matam?”.

Sentiu como era difícil encontrar justificativas.

Desabafou: “Entendi que para as mulheres é difícil matar….ela dá a vida”.

Obs. Passados tantos anos dessa terrível guerra, quantas mais já nos defrontamos?

Armas cada vez mais terríveis são feitas para matar.

Obs.: Sou mulher.

Pertencemos à esse gênero.

Nós enfrentamos uma luta silenciosa para vencer os obstáculos que a vida nos impõe.

HOJE, as guerras continuam. Infelizmente. A humanidade não evoluiu a ponto de exterminá-las. Precisamos vencer nossos conflitos interiores. São múltiplos. Nosso país vive um feminicídio vergonhoso. E estupros. Nisso é um dos primeiros colocados do mundo.

Se as mulheres aprenderem a se respeitar, criarem filhos não machistas, daremos um grande salto em evolução.

Muitas estão se preparando, de forma árdua e sofrida, para um mundo melhor.

Desejo que nossos descendentes possam ver.

Assim Seja!!!

Elda Cecília Bolfarini Jabur é professora de História, defensora dos direitos humanos, estudante Rosacruz, Martinista, artista plástica e colaboradora voluntária de O Diário do Vale.

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