Um novo relato da formação do nosso povoado, como sempre friso, a história é uma ciência humana, sendo difícil a precisão dos fatos, por fatos alheios aos reais acontecimentos.
Segundo a pesquisa e relatos do Assisense Leoni Ferreira da Silva, apaixonado pelas letras e pela nossa gente, autor de vários livros, as terras da nossa região Sorocabana pertencia em 1847, durante o Império, ao Senhor José Teodoro de Souza, este, possuía mais de 8.000 quilômetros quadrados, isso constava no Cartório de São José do Rio Novo dos Campos Novos do Paranapanema, a mais antiga cidade da nossa região.
Em 1887, o Capitão Assis, adquiriu um pedaço de terra dos herdeiros de Teodoro, a fazenda Taquaral, que margeava Echaporã, o ribeirão Taquaral, a margem direita do Rio Pari até o Rio Paranapanema.
Em 1896 o João Hipólito Alves de Barros, comprou uma fazenda na Água da Cabiúna, que margeava o ribeirão Jacu e a Água da Figueirinha.
Seu cunhado José Reis também morava ali, onde hoje nós conhecemos como ‘Cabiúna’.
No ano de 1897, chegou aqui na região vindo do Conceição de Monte Alegre, o Vicente Lourenço Ferreira e seus dois filhos já rapazes, o José Ferreira da Silva e o Torquato Ferreira da Silva, que com foice, machado, armas, paçoca e café, abriram as picadas na mata, chegando aqui no nosso povoado, na Água do Miranda, conhecida como ‘Italianada’.
Na cabeceira morava José Miranda de Souza.
Depois pai e filhos chegaram a Água do Paraíso e a Água do Macuco, também a uma Água conhecida na época como ‘Crivo’, onde residia a família Andreotti.
No ano de 1889, chegaram aqui também José Miranda de Souza e Honório Campanha, este no Distrito do São Benedito.
Em 1900, João Pio Barbosa, vindo de Platina, fixou residência à esquerda do Ribeirão Jacu.
Também chegando aqui o João Flausino da Costa.
Todos eles buscavam mantimentos na época em Cerqueira Cézar, São Manuel, Botucatu, Campos Novos e Conceição de Monte Alegre.
Os primeiros aventureiros e corajosos cidadãos que vieram para o Posto Jacu, como era conhecido o nosso povoado, antes de se tornar Cândido Mota, foram: José Miranda de Souza, na ‘Italianada’, Torquato Ferreira, na Água do Paraíso, José Miguel da Silva, na Taquara Preta, onde hoje é o Colégio Agrícola, João Faria e Abel Ferreira de Souza, na Aguinha.
Celestino Modesto, na Água do Macuco, onde morou depois a família Belanda, os irmãos Olegário, também na Água do Macuco.
Manoel Estevão Reis, José Martins dos Reis, onde foi a sede da Fazenda da Dona Mariana Borges.
Joaquim Pereira Alvim, na Água das Pedras, afluentes do Macuco.
Honório Campanha, pode ser ‘Campana’, nas imediações do Distrito do São Benedito, José Laurindo Pereira, na Água da Queixada, próxima a Pinguela.
Nestes nomes se destaca, Joaquim Pereira Alvim, responsável pela derrubada da mata próxima a linha férrea e também construiu algumas casinhas de madeira nas proximidades.
Na Exploração de Madeira, se destacou a Senhora Maria Magdalena Pinto (empresária da Machado Bastos e Cia) que tinha uma enorme propriedade de terra aqui, adquirida da filha do Capitão Assis, a Senhora Jesuína, que na época havia comprado dos herdeiros do Teodoro.
Outros também tinham Serraria aqui no “Gigante Verde” e a madeira era a principal fonte de renda, também se destacaram os nobres cidadãos: Augusto Vieira Magalhães, Abel Ferreira de Souza, Francisco Albernaz e os Simões Garrido.

O Senhor Coronel Valêncio Carneiro de Castro, seu irmão Josino e sua mãe Maria Amélia, compraram uma enorme área de terra aqui a Fazenda Jacutinga- Macuco, que pertencia antes ao Tenente Coronel Pedro Joaquim, o Senhor Valêncio se destacou aqui, ao lado da Senhora Maria Magdalena.
O primeiro loteamento urbano foi realizado pela Senhora Maria Magdalena, por seu procurador Abel Ferreira de Souza e sob responsabilidade do Engenheiro Marçal Castelão.
O primeiro a comprar um terreno foi o Senhor Carmo Chaddi em 1919, depois compraram, Firmino Rodrigues de Souza, Francisco e Antônio Paulino Barreiros, João Chequer, Vicente Sampaio, José Dias, Antônio Vieira Vinagre, Antônio da Silva Vieira (primeiro prefeito), Salvador Farah, Adolfo Soares, Pedro de Souza…
Em 1921, a vila de Cândido Mota, sendo distrito de Assis, foi construído aqui o Cemitério, em uma área doada pelo Coronel Valêncio e pela Senhora Magdalena, sendo que esta também doou uma área para a Diocese de Botucatu, para a construção da Igreja Matriz, que foi o marco zero da cidade, isso também em 1921.
A primeira pessoa a ser enterrada no Cemitério foi o Senhor Antônio Vilas Boas, provavelmente parente do sertanista, indigenista do Orlando Villas-Bôas, que morava aqui com o seu pai, Agnello Villas-Bôas.
Orlando quando criança teve a visita de Jânio Quadros, também criança, onde os dois brincaram em uma represa, provavelmente em um sítio da família Villas-Bôas.
A construção do cemitério, teve a responsabilidade do Senhor Joaquim Pereira Alvim e media 600 metros quadrados.
O Senhor Augusto Vieira Magalhães, que era procurador da Senhora Magdalena, construiu o primeiro sobradinho em frente da Estação Ferroviária.
Por volta do ano de 1917 chegaram aqui também no povoado Posto do Jacu, Parada do Jacu ou Chave, às famílias Pípolo, Zibordi, Marroni, Mussolini.
Eis um pouquinho do início do nosso povoado, da nossa cidade Cândido Mota, que antes era o Gigante Verde, depois em virtude dos primeiros aventureiros, que chegaram aqui de vários lugares, São Paulo, Sorocaba, Botucatu, Barra Bonita, São Manuel, Igaraçu do Tietê, Portugal, Itália… transformando com a saudade, o suor e os calos nas mãos a nossa região em Gigante Vermelho!
Nosso abraço fraterno a todos que ajudaram, deram sua parcela de contribuição e ainda ajudam e acreditam na nossa cidade, o melhor lugar do mundo é onde pisamos no chão, conseguimos o nosso sustento, respiramos e contemplamos o espetáculo da vida! Deus abençoe grandemente a todos que se orgulham do pé vermelho!

Romildo Pereira de Carvalho, cabeleireiro, graduado em História e Bacharel em Direito.