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Cândido Mota realiza ‘conversa sobre suicídio’ no ‘Setembro amarelo’

O evento foi mediado pela médica psiquiatra da rede pública de Saúde, Carolina Benetti e pela coordenadora do Caps, Fabiana Andrade.

A prefeitura de Cândido Mota através da Secretaria de Saúde, Caps e equipe de Saúde Mental do Ambulatório de Especialidades, realizou na noite de quinta-feira, dia 19, no auditório da Etec Luiz Pires Barbosa, ‘conversa’ acerca da temática ‘Suicídio, Fatores Causais e Estratégias de Prevenção’. O evento, que faz parte do ‘Setembro Amarelo’, e foi um marco em discussões e reflexões sobre prevenção de suicídio, foi mediado pela médica psiquiatra da rede pública de Saúde de Cândido Mota, Carolina Benetti e pela coordenadora do Caps, Fabiana Andrade.
Estavam presentes o vice-prefeito José Ângelo Franciscatto, secretária de Governo Beatriz Flaviane dos Santos Riedo, presidente da Câmara de Vereadores David de Oliveira, presidente do Fundo Social de Solidariedade Neia Bueno, diretor administrativo da Etec Milton de Gênova, representantes da Santa Casa, Corpo de Bombeiros, Asilo São Vicente de Paulo, Associação do Câncer ‘Bia Franciscatti’, Conselho Tutelar, Casa de Acolhimento Pietá, além de profissionais e alunos de faculdades da área de saúde.
“Trata-se de um tema de extremo interesse e que merece ser debatido. Os profissionais que trabalham no município desempenham um ótimo trabalho e tenho certeza que a dra Carolina, que chegou recentemente, irá melhorar ainda mais”, disse David de Oliveira.
A secretária Beatriz Flaviane também destacou o tema e agradeceu a presença de todos. “Em nome do prefeito Roberto Bueno, com compromisso agendado anteriormente e em nome do José Ângelo, agradeço a iniciativa em trabalhar com esse tema. Precisamos dar visibilidade ao assunto e acolher. A prevenção mais uma vez se mostra importantíssima. Parabéns ao trabalho da equipe do Caps e da Saúde Mental”, destacou Beatriz Flaviane.
Em seguida, a médica Carolina Benetti destacou o tema ‘Suicídio Fatores Causais e Estratégias de Prevenção’. A psiquiatra mostrou números que comprovam o aumento de casos no Brasil. Ela apontou também a popularização da internet e as mudanças sociais no Brasil como as principais razões para esse aumento.
A médica falou também que a depressão, a esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em potencial suicida. “São problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo Associação Brasileira de Psiquiatria”, disse a profissional.
De acordo com Carolina, os métodos mais comuns de suicídio são enforcamento, envenenamento por pesticidas e armas de fogo. “No país, o uso de pesticidas em tentativas de suicídio preocupa. Dados do Ministério da Saúde mostram que, de 2007 a 2017, mais de 12 mil pessoas tentaram suicídio com agrotóxicos em todo o Brasil. Dessas tentativas, 1.582 resultaram em óbitos”, explicou. Ela ainda orientou sobre a prevenção do suicídio e respondeu perguntas dos participantes.

Falar do assunto
Por sua vez, a médica coordenadora Fabiana Andrade destacou informações acerca de onde buscar ajuda para a demanda no município e destacou como fundamental para a prevenção falar sobre o assunto, sem considerá-lo ‘pecado’ ou ‘tabu’. Ela disse que o suicídio é definido como ato deliberado e intencional executado pelo próprio indivíduo, de causar morte a si mesmo. “O comportamento suicida envolve pensamentos, planos ou atos em que o indivíduo cause lesão a si mesmo, independente de qual seja a intensidade, numa tentativa de acabar com o seu sofrimento”, ressaltou.
E prosseguiu: “Trata-se de um fenômeno complexo que envolve diversos fatores: psicológicos (pessoas com quadro de doenças mentais, personalidade impulsiva ou de humor instável, ter sofrido abuso físico ou sexual na infância, transtornos mentais relacionados ao uso de álcool e outras drogas); aspectos sócio-culturais (pessoas com isolamento social, jovens entre 15 e 45 anos ou adultos acima de 65, indígenas, moradores de rua, desempregados ou aposentados); genéticos; familiares; ambientais ou condições de saúde limitantes (doenças orgânicas incapacitantes, doenças neurológicas, dores crônicas)”.
As profissionais destacaram também que é importante, além do mais, ‘compreender o comportamento suicida como um gesto de comunicação, como uma tentativa da pessoa de livrar-se de um sofrimento muito intenso para ela’. “Por isso a escuta aberta, sem julgamento moral ou religioso, encorajando que o outro divida seus sentimentos, é fundamental para que a pessoa se sinta acolhida e fortalecida para construir estratégias de enfrentamento para sua crise”, frisaram.
Ainda de acordo com elas, ‘pessoas que sobrevivem às tentativas de suicídio ou mesmo familiares de pessoas que cometeram o suicídio, também vivem experiências muito dolorosas que envolvem preconceito, vergonha ou medo de serem mal compreendidas’. “Neste sentido, seja como forma de prevenção, seja como forma de cuidado após a tentativa ou ato, é necessário que se busque ajuda no grupo social a que pertence (família e amigos) e nos serviços e atendimentos disponíveis, como o telefone do CVV – 188, a nível nacional, e os Centros de Saúde ou Centro de Atenção Psicossocial, o Caps, em nível municipal”.
Elas indicaram que em Cândido Mota as pessoas podem procurar as unidades de saúde do ‘Jardim Aeroporto’, no ‘Grupo de Escuta’ todas as quartas-feiras, às 14h, para adultos, adolescentes e responsáveis ou pais de crianças. Na unidade da vila ‘São Judas’ o agendamento com psicólogo acontece nas quartas-feiras e sextas-feiras, às 9h. Na unidade ‘Central’, o ‘Grupo de Escuta’ acontece às quartas-feiras, às 8h, e a triagem infantil para pais ou responsáveis de crianças até 14 anos é às segundas-feiras, às 9h. Nos distritos, a Estratégia Saúde da Família, o primeiro acolhimento, acontecem com os profissionais da unidade.
No Caps, a procura pode ser espontânea ou através de encaminhamentos do Pponto socorro ou outros serviços de políticas públicas de saúde e demais setores, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h. A sede do Caps em Cândido Mota fica na rua São Caetano, 822.

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