Um dia antes de visitar Goiás para a inauguração da Ferrovia Norte-Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da obra para escoar a produção do estado e disse que o Governo Federal continuará investindo em ferrovias para reduzir o chamado Custo Brasil.
“Nós vamos continuar fazendo ferrovias em outros estados para que a gente possa ter um sistema intermodal: combinar rodovia, ferrovia e transporte marítimo, para que o país possa diminuir o Custo Brasil. Um desses custos significa, muitas vezes, a má qualidade do transporte”, disse, em entrevista transmitida ao vivo a um conjunto de emissoras de rádio do estado.
Nesta sexta-feira, dia 16, em Rio Verde (GO), o presidente inaugura o Terminal Rodoferroviário da Rumo, que permite a ligação total da Ferrovia Norte-Sul em todos os seus 2.257 quilômetros entre Estrela D’Oeste, no interior de São Paulo, e Açailândia, no Maranhão.
A ferrovia permite o escoamento da safra do Centro-Oeste e do Sudeste pelo Arco Norte e tem potencial para impulsionar o desenvolvimento de cinco estados e quatro regiões do Brasil. É um marco histórico décadas depois de seu início no Maranhão, no governo José Sarney.
“Demorou 30 anos, mas finalmente está pronta. Estou muito feliz”, disse o presidente Lula. Ele detalhou que 90% da obra foi erguida nos governos dele e da ex-presidenta Dilma Rousseff, 5% nas gestões de Fernando Henrique Cardoso, Sarney e Temer e 5% pela concessionária responsável pela ferrovia.
Retomada
O presidente lembrou da retomada de obras que está ocorrendo no Brasil, pontuou que só na área de transporte serão investidos R$ 23 bilhões neste ano, mais do que o investido no conjunto de quatro anos da gestão anterior.
“A partir de 2 de julho, vamos anunciar o novo PAC, um novo começo de reconstruir tudo o que ficou parado e aquilo que precisa ser feito. Tem muita coisa na área de transporte. Vamos aproveitar esse mandato para recuperar o país e para que a sociedade brasileira tenha certeza de que vai voltar a sorrir outra vez”, afirmou.
Parcerias
Na conversa com os âncoras, Lula destacou o papel fundamental das articulações constantes com governadores e prefeitos para definição das prioridades de investimento nos estados e municípios e destacou o potencial de crescimento da economia, que deve superar as expectativas e ser acima de 2%, 2,5% em 2003.
“A primeira coisa que fizemos foi retomar as políticas sociais que estavam funcionando corretamente. Elas vão irrigando dinheiro na base para o pequeno produtor, o pequeno empreendedor, as pessoas do Bolsa Família. Esse dinheiro vai voltar. O PIB vai crescer, a economia vai ficar estável”.
Agro e meio ambiente
O presidente registrou, ainda, a oportunidade de poder falar com proximidade para o público goiano, enfatizou as conquistas do agronegócio em suas gestões anteriores e a intenção de atuar para facilitar a logística e os investimentos para a produção rural, tanto para pequenos produtores quanto para os grandes.
Lula reforçou, ainda, que vai exigir do Governo Federal uma postura de intolerância com a degradação do meio ambiente. “Nós assumimos um compromisso de desmatamento zero na Amazônia, mas nós temos que cuidar do Cerrado, da Caatinga, do Pantanal, da Mata Atlântica. Esses dias queriam fazer um gasoduto na Mata Atlântica, é total irresponsabilidade de alguém que só pensa em ganhar dinheiro e não pensa na preservação do planeta. Nós vamos ser muito duros na fiscalização e na punição”. (Colaborou Comunicação Social da Presidência da República)