Confissões
Nasceu em Tagaste , norte da África, em354 d. C.
Até hoje, suas palavras exercem grande influência nos estudiosos do cristianismo.
No prefácio, seu livro é denominado como … “um tratado sobre a alma”.
Pelo pouco que ainda li sobre ele, percebi que tinha uma profunda relação com a mãe.
Considero normal. Mas percebi que esse sentimento marcou suas relações afetivas, principalmente com as mulheres. Porque?
Durante grande parte de sua vida, o desejo por elas, era imensurável. Por isso mesmo, talvez como ele, pecadoras.
… “o choro com que Agostinho, na noite seguinte à morte da mãe, abandona todo orgulho intelectual e deita seu coração sobre as lágrimas“, confiando a Deus a dor da orfandade.
Veremos que durante toda sua vida, expressa em suas obras, demonstra sua alma … ”dilacerada entre investigação introspecção e tentações do mundo”…
Ele disse:
“Os treze livros de minhas Confissões louvam a Deus justo e bom por minhas ações boas e más”…
Disse no livro XIII: ”o firmamento criado entre as águas espirituais superiores e as corporais inferiores”… Demonstram um sentimento de inquietação que permearam sua vida. Um homem que sentia todos os chamamentos da carne e se dilacerava para livrar-se delas.
Assim também, em muitos momentos refere-se à mãe, exemplo: ”lembram que me foi concedido de não morrer pelas lágrimas fiéis e cotidianas de minha mãe?”
Em suas reflexões, pergunta:
“O que és afinal, meu Deus? O que pergunto, senão o meu Senhor? Quem, de fato, é Senhor, além do Senhor? Quem é Deus além do nosso Deus? Supremo, ótimo, poderosíssimo, todo-poderosíssimo, misericordiosíssimo e justíssimo, ocultíssimo e evidentíssimo, belíssimo e fortíssimo. Imóvel e inapreensível; imutável, que tudo muda, nunca velho; que tudo renova, mas envelhece os soberbos, e eles não percebem.”
Muita profundidade nessas palavras. No reconhecimento De deus. Na sua busca inquebrantável por ELE.
Continua: “Sempre ativo, sempre em repouso: que acumula, sem ter carência, preenche e protege; que carrega protege e preenche; que cria e nutre e perfaz, que procura, sem que nada lhe falte”.
Continua bendizendo a Deus de inúmeras maneiras, por tudo que ELE nos fornece. Gratuitamente, sem nada pedir em troca.
Santo Agostinho afirma com muita convicção: ”Não me escondas a tua face: que para não morrer, eu morra para vê-la”.
“Ai dos pecados dos homens”
Santo: “Em que pecava então?”
Talvez porque cobiçava os seios chorando?
“E se fui concebido na iniquidade, minha mãe me alimentou no útero entre os pecados, onde, peço-te, meu Deus, onde, Senhor, eu, tu servo, onde ou quando fui inocente?”
“Mas minha mãe sabia quantos e quais turbilhões de tentações me ameaçavam após a puerícia, e queria entregar á eles a argila com que seria formado em vez da efígie já pronta”.
“Escuta , Senhor, minha súplica”.
… ”arranca-me de toda a tentação até o fim”.
No decorrer de suas narrativas, suas memórias de infância e adolescência.
(… “fervi de me saciar de baixezas, deixei brotar uma floresta de amores vários e sombrios”….)
Em determinado momento, faz uma clara comparação entre a iniquidade. Ela comparada a magreza, quando alguém por fome comete um furto, e a riqueza, quando alguém, dispondo de bens, usurpa os alheios.
Assim vai discorrendo entre a consciência que aos poucos vai adquirindo. Isso lhe possibilita uma busca incessante de Deus. Por isso resolve se… ”debruçar sobre as sagradas escrituras”…
Ele coloca sempre a mãe como sua intercessora para a fuga dos considerados por ele “pecados carnais”, desejos, volúpias. Li, certa vez, que ele chegava a rolar na grama, para livrar-se desses sentimentos.
Por isso, denomina essa importante obra de “Confissões”.
A DEUS, e a busca do perdão e arrependimento de seus pecados.
Uma obra atemporal, profética e muito inspiradora.
Elda Cecília Bolfarini Jabur é professora de História, estudante Rosacruz e Martinista, desenvolve pintura a óleo sobre tela. É colaboradora voluntária de O Diário do Vale.